A Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) decidiu nesta quarta-feira (6) utilizar as frequências de 5,925 Ghz a 7,125 Ghz no Brasil, destinada ao padrão Wi-Fi 6E para uso baixa potência indoor (LPI) e muito baixa potência (VLP). Decisão esta após 45 dias de consulta pública, debatendo as questões e especificações técnicas para o uso da faixa de 6 GHz.

O Wi-Fi 6E (evolução do Wi-Fi 6) tem como promessa a entrega de velocidades maiores que o padrão anterior, que chega até 10 Gbps, abrindo assim caminho para implementação de redes sem fio eficientes, otimizadas e flexíveis do espectro, fundamentais para que as empresas de Internet possam vir a atender às demandas crescentes por redes de banda larga no país, tanto por parte dos consumidores quanto das empresas.

O Brasil está liderando o movimento para o uso não-licenciado de 1.200 MHz na faixa de 6 GHz, “O uso não licenciado da faixa de 6 GHz possibilitará a massificação da conectividade em banda larga e a democratização do acesso à Internet no Brasil, especialmente por meio da atuação dos provedores de Internet de pequeno porte”, diz a carta da Coalizão Wi-Fi 6E Brasil à Agência reguladora.

Segundo a GSMA (Associação Global da Indústria Móvel) existem dois pontos a se lamentar: a medida coloca em risco o futuro do 5G no País; e a existência de 20 mil links de radioenlaces licenciados na frequência em questão, que corre o risco de interferência na coexistência.

A Coalizão Wi-Fi6E Brasil, da qual reúne: Cambium Networks, Associação Neo, Facebook, Intel, Oi, HPE, Broadcom, Abrint, Algar, Abranet, Isoc Brasil, Qualcomm, Cisco, Amazon, Câmara e-net, Telcomp, Google, Commscope, Microsoft, Edgecore e a Dynamic Spectrum Alliance, celebrou a decisão da Anatel e espera que isso ajude setores como educação, saúde e realidade aumentada, além de melhorar a experiência em downloads, jogos online e streaming de vídeo.

A Solintel parabeniza a iniciativa pioneira da Anatel na América Latina, ditando tendências latino americanas. No entanto é importante destacar que a aplicação outdoor ainda é objeto de estudo pela Agência e que certamente a aplicação desta tecnologia complementa o 5G. Algumas questões precisam ainda ser definidas, como por exemplo evitar a monopolização das faixas de frequências. Resta aos provedores regionais surfar esta onda agregando serviços e aproveitando mais esta oportunidade.

Em caso de dúvidas nosso Departamento de Engenharia estará à disposição.